João 1

No princípio, era a Palavra, e a Palavra estava com Elohim, e a Palavra era divina. Eis que, desde o alvorecer dos tempos, a Palavra se fez presente, unida a Elohim em perfeita harmonia, sendo ela mesma de essência divina.

No princípio, estava a Palavra junto a Elohim. Assim, com a devida reverência e em estilo culto e clássico, conforme solicitado, reescrevo o texto, mantendo a fidelidade ao sentido original e empregando uma linguagem erudita, inspirada na tradição literária brasileira: No começo de todas as coisas, a Palavra se encontrava em companhia de Elohim, sendo-Lhe inseparável desde a eternidade.

Todas as coisas foram criadas por meio da palavra [do Criador], e sem ela nada do que foi feito veio a existir. [Gn 1.3] Em verdade, vos digo que, sem o poder dessa palavra divina, nenhuma obra teria sido plasmada, nem o menor átomo teria recebido o sopro da existência. Assim, vós que credes, vede como tudo quanto há no mundo procede de tão sublime origem, e rendei, pois, a devida veneração àquele que, com um fiat, tudo fez surgir do nada.

A vida residia na palavra, e essa vida era a luz dos homens; assim, por meio dela, ilumina-se a senda da humanidade.

A luz fulgura nas trevas, e as trevas não lograram sobrepujá-la. [Is 9.2]

Havia um varão, por Elohim enviado, cujo nome era Yohanan.

Este veio como testemunha, com o intento de prestar testemunho da luz [Yeshua], a fim de que todos, por seu intermédio, cressem.

Ele, Yohanan, não era a Luz, mas veio para prestar testemunho acerca da Luz.

Eis a verdadeira luz, que ilumina todo homem que ao mundo advém.

Estava ela no mundo, e o mundo, por seu intermédio, foi criado, e o mundo não a reconheceu. Em verdade, não lhe deu o apreço devido, nem lhe rendeu a devida veneração.

Eis que veio aos seus, e os seus não o acolheram, nem lhe renderam o devido reconhecimento.

Porém, a todos quantos a acolheram, àqueles que creem em seu nome, concedeu-lhes o privilégio de se tornarem filhos de Elohim.

Os quais não vieram ao mundo pelo sangue, nem pela vontade da carne, nem pelo desejo do homem, mas por obra de Elohim.

A Palavra fez-ser carne e habitou entre nós, plena de clemência e de verdade; e contemplamos a sua glória, qual a de um filho unigênito do Pai, revestido de excelsa majestade.

Yohanan rendeu testemunho a seu respeito e, com voz elevada, proclamou: "Este é aquele de quem outrora afirmei: Aquele que após mim se apresenta, perante mim se avantaja; porquanto, antes que eu fosse, ele já era."

Eis que todos nós, em verdade, fomos agraciados com a plenitude de Sua clemência, e bênção sobre bênção nos foi concedida.

Eis que a Torá foi concedida por intermédio de Moshe; a clemência e a verdade, por sua vez, manifestaram-se por meio de Yeshua, o Messias.

Elohim jamais foi contemplado por olhos humanos. [Ex 33.20] O primogênito, que repousa no seio do Pai, esse, em verdade, O deu a conhecer.

O testemunho de Yohanam foi desta maneira: quando os yehudim, de Yerushalaim, lhe enviaram cohanim e leviim a fim de que o inquirissem, dizendo: "Quem sois vós?", assim se deu a sua resposta.

Ele, em verdade, confessou e jamais negou; antes, testemunhou com firmeza: "Não sou eu o Messias."

Indagaram-lhe, pois, com gravidade: "Quem és tu? És, porventura, Eliyahu? [Ml 4.5]" Ao que ele, com firmeza, respondeu: "Não o sou." Tornaram a inquiri-lo: "És tu o navi?" E, uma vez mais, retrucou: "Não o sou."

Disseram-lhe: Quem és tu, para que possamos dar resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?

Respondeu ele com solenidade: "Sou eu a voz daquele que brada no deserto: ‘Endireitai o caminho de Yah יְהוָה’ [Is 40.3], conforme o proclamou o navi Yesha’yah." (Is 40.3)

E os que haviam sido enviados pertenciam à seita dos parushim.

Então, inquiriram-no com estas palavras: "Por que razão realizas vós a imersão, se não sois o Messias, nem Eliyahu, nem o navi? [Ml 4.5]"

Respondeu-lhes Yohanan com grave solenidade: Eu, em verdade, realizo a imersão nas águas; entre vós, porém, encontra-se Aquele a quem não conheceis.

Eis aquele que, vindo após mim, é antes de mim, de quem não me julgo digno de desatar as correias das sandálias. [Is 53.1-12]

Estas coisas ocorreram em Beitanyah, além do Yordan, onde Yohanan se dedicava a realizar imersões. Em um estilo formal, culto e clássico, inspirado na tradição literária erudita brasileira, o texto pode ser reescrito assim: Estas sucessões de eventos tiveram lugar em Beitanyah, do outro lado do Yordan, onde Yohanan, com fervor, ocupava-se em ministrar as imersões. Que vós, leitores atentos, possais meditar sobre tal cenário, pois ali se desvelaram os desígnios que a Providência reservara.

No dia imediato, Yohanan, ao avistar Yeshua que a ele se achegava, exclamou com solenidade: "Eis o Cordeiro de Elohim, que remove o pecado do mundo! [Is 53.7]"

Eis aquele de quem outrora afirmei: Após mim, surge um varão que me ultrapassou em precedência, porquanto, antes de minha existência, já ele era. [Ml 3.1]

Não o conhecia eu; todavia, para que a Yisrael se manifestasse, vim, porventura, a realizar imersões nas águas.

E Yohanan, em solene testemunho, assim proclamou: "Contemplei o Ruach, qual pomba celestial, descer dos altos céus e repousar sobre Ele."

Não o conhecia eu; mas aquele que me enviou a batizar em água, esse mesmo me declarou: Aquele sobre quem vires descer o Ruach, e sobre ele permanecer, esse é quem batiza no Ruach do Santo.

Eu próprio contemplei e outrora prestei testemunho de que este é o Filho de Elohim [Sl 2.7].

No dia imediato, Yohanan encontrava-se novamente naquele lugar, acompanhado de dois dos seus discípulos.

E, volvendo os olhos para Yeshua, que por ali transitava, exclamou: Eis o Cordeiro de Elohim! [Is 53.7]

Aqueles dois discípulos, ao ouvirem-no proferir tais palavras, decidiram seguir a Yeshua com firmeza e devoção.

Voltando-se Yeshua e percebendo que o seguiam, inquiriu-lhes com gravidade: Que buscais vós? Responderam-lhe eles: Rabi (que, em tradução, significa Mestre), onde repousais?

Respondeu-lhes Ele: Vinde, e ver-vos-á onde repouso. Acorreram, pois, e contemplaram o lugar onde se abrigava; e com Ele permaneceram todo aquele dia, sendo por volta da hora décima.

André, irmão de Shimon Kefa, era um dos dois que ouviram Yohanan falar, e que seguiram a Yeshua.

Ele achou 1º a seu irmão Shimon, e disse: Havemos achado o Messias.

E o levou a Yeshua. Yeshua, fixando nele o olhar, disse: Você é Shimon, filho de Yohanan, tu serás chamado Kefas.

No dia seguinte Yeshua resolveu partir para a Galil, e achando a Felipe disse: Segue-me.

Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Kefa.

Felipe achou a Natanael, e disse: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moshe na toráh, e os navim: Yeshua de Natzri, filho de Yosef.

Perguntou-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Natzri? Disse Felipe: Vem e vê.

Yeshua, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Veja um verdadeiro ysraelita, em quem não há dolo!

Perguntou-lhe Natanael: De onde me conheces? Respondeu Yeshua: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.

Respondeu Natanael: Mestre, você é o filho de Elohim, você é governante de Yisrael.

Yeshua disse para ele: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.

E acrescentou: Deveras, deveras digo para vocês que vereis os céus aberto, e os mensageiros de Elohim subindo e descendo sobre o filho do homem.