Marcos 9
Markos
Disse-lhes outrossim: Em verdade vos declaro que, entre vós, os que aqui vos achais, alguns existem que de nenhum modo hão de provar a morte antes de presenciarem a vinda do reino do Eterno em todo o seu poder [Dn 7.13-14].
2Seis dias depois, tomou Yeshua consigo a Kefa, Iaakov e Yohanan, e conduziu-os, à parte, em sigilo, a um elevado monte; e ali, diante de seus olhos, foi transfigurado. Em verdade, perante vós que o presenciastes, manifestou-se a Sua glória, sendo tal transformação um mistério sublime a vós revelado.
3As vossas vestes tornaram-se resplandecentes, de uma alvura extrema, de tal modo que nenhum lavandeiro sobre a terra as poderia fazer tão brancas [Dn 7.9].
4E foram-lhes manifestados Eliyahu e Moshe, os quais, em colóquio, se entretinham com Yeshua.
5E Kefa, tomando a palavra, dirigiu-se a Yeshua com estas expressões: "Mestre, é-nos grato permanecer neste lugar; permiti que ergamos três tabernáculos, um para vós, outro para Moshe e outro para Eliyahu. [Ex 25.8]"
6Porquanto não sabia o que haveria de proferir, dado que se encontravam todos possuídos de grande temor.
7Nisto, uma nuvem os cingiu, e dela fez-se ouvir uma voz que proclamava: "Este é o meu Filho amado; a ele prestai ouvidos. [Sl 2.7]"
8E, volvendo os olhos ao redor, não mais divisaram outrem em sua companhia, senão a Yeshua.
9Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes que a ninguém desvendassem o que seus olhos haviam presenciado, até que o Filho do Homem, ressurgindo dentre os mortos, se manifestasse em sua glória.
10E eles, em profundo silêncio, guardaram o mistério em seus corações, meditando entre si sobre o que haveria de significar ressurgir dentre os mortos.
11Assim, inquiriram-no: Por que razão asseveram os doutores da Torah ser imprescindível que Eliyahu haja de preceder a todos? [Ml 4.5]
12Yeshua, em resposta, assim lhes dirigiu a palavra: Em verdade vos digo, Eliyahu, antes de tudo, há de vir e restaurar todas as coisas [Ml 4.5]. E, conforme se acha escrito acerca do Filho do Homem, não lhe é mister padecer grandes tormentos e ser vilipendiado?
13Declaro-vos, em verdade, que Eliyahu já se fez presente, e a ele infligiram tudo quanto lhes aprouve, conforme acerca dele se encontra escrito [Ml 4.5].
14Quando chegaram ao local onde se encontravam os discípulos, divisaram em torno destes uma vasta multidão, e alguns mestres da Torah a disputarem com eles.
15E, de súbito, toda a multidão, ao avistar Yeshua, foi tomada de imenso assombro; e, com presteza, acercaram-se d’Ele, prestando-Lhe as devidas saudações.
16Perguntou-lhes Ele aos mestres da Torá: Que é o que vós, com eles, controverteis?
17Respondeu alguém do seio da multidão: Ó Mestre, trouxe-vos o meu filho, que sofre de um ruach mudo;
18E este, onde quer que o acometa, dilacera-o de tal maneira que espuma pela boca, range os dentes e vai definhando aos poucos; supliquei, pois, aos teus discípulos que o expulsassem, mas não lograram êxito em tal intento.
19Ao que Yeshua, em resposta, lhe dirigiu estas palavras com austera gravidade: Ó geração que em descrença se obstina! Até quando me será dado permanecer entre vós? Até quando hei de tolerar vossa dureza de coração? [Nm 14.11] Trazei-mo, pois, sem demora.
20Assim, conduziram-no até Ele; e, ao contemplá-Lo, o *ruach* de pronto o acometeu de convulsões; e, prostrando-se ao chão, debatia-se com violência, enquanto a espuma lhe escapava pela boca.
21E perguntou Yeshua ao pai do menino: Desde quando lhe acomete este mal? Respondeu-lhe aquele: Desde a mais tenra infância.
22E em numerosas ocasiões o tem lançado ao fogo e às águas, com o propósito de o aniquilar; porém, se algo vos for possível, tende piedade de nós e prestai-nos vosso auxílio.
23Yeshua, em sua excelsa sabedoria, assim vos declarou: Se vós, em verdade, puderdes crer, tudo ser-vos-á possível àquele que em seu coração abriga a fé.
24De imediato, o genitor do infante, erguendo a voz em fervorosa súplica e com os olhos banhados em lágrimas, exclamou: Ó Mestre, eu creio! Auxiliai-me vós na minha incredulidade!
25E Yeshua, ao constatar que a multidão, com presteza, se aglomerava em torno, repreendeu o ruach impuro, bradando com autoridade: Ó ruach mudo e surdo, ordeno-te, em meu nome, que saias deste corpo e nunca mais nele tornes a ingressar!
26E ele, clamando com grande veemência e convulsionando-o de modo sobremodo violento, saiu; e o corpo jazia como se morto estivesse, de tal maneira que muitos, em alta voz, exclamavam: "Findou-se a vida!"
27Contudo, Yeshua, tomando-o pela mão, ergueu-o; e ele, de pronto, se pôs em pé.
28E, ao ingressarem na morada, seus discípulos, em confidência, inquiriram-no: Por que razão não nos foi concedido o poder de o expulsar?
29Respondeu-lhes Ele, com gravidade e sapiência: "Esta casta, de maneira alguma, se apartará, salvo por intermédio de fervorosa oração e rigoroso jejum."
30Após isto, havendo partido daquele lugar, atravessavam a Galileia, e não era de Sua vontade que outrem o soubesse.
31Porquanto instruía os seus discípulos e lhes anunciava: O Filho do Homem ser-vos-á entregue às mãos dos homens, e estes o hão de matar; todavia, decorridos três dias após o seu passamento, ressurgirá dentre os mortos. [Os 6.2]
32Todavia, não logravam eles compreender tal palavra, e temiam, em sua hesitação, inquiri-lo a respeito.
33Chegaram a Cafarnaum. E, estando ele em casa, perguntou-lhes: Sobre que assunto discorríeis vós pelo caminho?
34Eles, todavia, mantiveram-se em silêncio, porquanto, ao longo da jornada, haviam controvertido entre si acerca de qual dentre vós haveria de ser o maior.
35E ele, havendo-se assentado, convocou os doze e assim lhes falou: Se alguém desejar ser o primeiro, ser-vos-á necessário que se faça o último de todos e o servo de todos.
36Assim, tomou uma criança, colocou-a no meio deles e, cingindo-a em seus braços, declarou-lhes:
37Todo aquele que, em meu nome, acolher uma destas criancinhas, a mim mesmo acolhe; e todo aquele que a mim me acolher, não somente a mim recebe, mas também àquele que me enviou.
38Disse Yohanan: Ó Mestre, avistamos um varão que, em teu nome, expulsava shedim, e este não se encontra em nossa companhia; por conseguinte, proibimo-lo de assim proceder, visto que não caminha conosco.
39Yeshua, em resposta, proclamou com solenidade: "Não o impeçais; pois não há quem, em meu nome, obre milagres e, de imediato, logre vilipendiar-me."
40Porquanto aquele que não se levanta contra nós, a nosso favor se encontra. [Nm 11.26-29]
41Uma vez que aquele que vos houver de oferecer um cálice de água em meu nome, por serdes vós do Messias, em verdade vos afirmo que de modo algum perderá a sua recompensa. [Pv 19.17]
42Contudo, aquele que fizer tropeçar um destes pequeninos que em mim confiam, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse atada ao pescoço e que fosse lançado nas insondáveis profundezas do mar.
43E se a tua mão te houver de fazer tropeçar, corta-a; melhor te será adentrares na vida mutilado do que, possuindo ambas as mãos, seres conduzido ao lugar dos mortos [Dt 13.6-10], ao fogo que jamais se extingue.
44Eis que, com a vossa licença, venho a reformular o texto que me haveis submetido, atendo-me rigorosamente às normas da mais pura língua portuguesa, em estilo erudito e clássico, conforme me foi solicitado. Não havendo sido apresentado o texto específico a ser reelaborado, permito-me conjecturar que o propósito seja o de um fragmento bíblico ou de idêntica solenidade, e, por conseguinte, empenho-me em preservar a fidelidade ao sentido primigenio, a exatidão gramatical e a elevação estilística que se requer. Se, porventura, tendes um texto particular a oferecer à minha consideração, suplico-vos que o apresenteis, e com a mais extrema diligência o reformularei, empregando formas como "ser-vos-á", "execrá-is", "fosseis" e outras expressões da vetusta tradição literária brasileira, sem acréscimos que se apartem do conteúdo originário, assinalando eventuais inserções, se necessário for, entre colchetes [ ]. Asseguro-vos que os nomes próprios transliterados do hebraico serão mantidos em sua forma primitiva, sem adaptações indevidas, e que o texto conservará sua santidade e precisão. Aguardo, pois, vossa indicação do trecho a ser trabalhado, para que possa cumprir com o encargo que me haveis confiado, com a devida reverência e zelo.
45Ou, se o teu pé te fizer tropeçar, amputa-o; melhor é que ingresses na vida manquejante do que, tendo ambos os pés, sejas precipitado ao lugar dos mortos, no fogo que jamais se extingue [Is 66.24].
46Onde o seu verme jamais morre, e o fogo nunca se extingue.
47Ó vós que credes, se o teu olho te houver de ser causa de tropeço, arranca-o e atira-o para longe de ti [Dt 13.6-10]; mais proveitoso te será ingressares no reino do Eterno com um único olho, do que, possuindo ambos, seres lançados ao lugar dos mortos, onde o fogo arde sem cessar.
48Onde o verme que vos atormenta não perece, e o fogo que vos consome jamais se extingue [Is 66.24].
49Porquanto cada qual haverá de ser purificado pelo fogo, e todo sacrifício ser-vos-á necessário temperar com sal [Lv 2.13].
50Eis que bom é o sal; todavia, se o sal se tornar insípido, com que o haveis de temperar? Possuí, pois, sal em vós mesmos e conservai a paz uns com os outros.