Lucas 20
Luqas
E aconteceu que, em um daqueles dias, enquanto Yeshua, com divina sabedoria, instruía o povo no templo e anunciava as boas novas, eis que se acercaram os principais cohanim, os mestres da Torah e os anciãos, com intento de o interpelar.
2E acercaram-se dele, interpelando-o com estas palavras: Dizei-nos, por vós, com que autoridade executais tais feitos? Ou, quem é aquele que vos outorgou tamanha potestade?
3Respondeu-lhes Ele, dizendo: Também Eu vos hei de propor uma questão; declarai-me vós:
4Perguntai-vos, pois, com solene reflexão: a imersão de Yohanan, donde procede? Dos céus, por divina inspiração, ou dos homens, por mera invenção terrena?
5Ao que entre si discorriam, assim ponderando: "Se declararmos que provém dos céus, indagar-nos-á: Por que razão não lhe prestastes fé?"
6Contudo, se declararmos: "Dos homens", todo o povo nos apedrejará; estão convictos de que Yohanan era, em verdade, um navi.
7Responderam que não sabiam de onde provinha tal origem.
8Respondeu-lhes Yeshua com gravidade: Nem eu, por minha vez, ser-vos-á revelado com que autoridade realizo estas obras.
9Eis que, em estilo formal, culto e clássico, reescrevo o texto conforme solicitado, com a devida correção de eventuais imprecisões e a adoção de formas verbais e expressões da tradição literária erudita brasileira: "Principiou, pois, a dirigir ao povo esta parábola: Um certo varão plantou uma vinha, confiou-a a alguns lavradores e partiu para terras longínquas por dilatado tempo. [Is 5.1-2]" Explicação das alterações e escolhas estilísticas: - "Começou" foi substituído por "Principiou", uma forma mais arcaica e erudita, condizente com o estilo clássico. - "Um certo homem" foi transformado em "Um certo varão", utilizando "varão" como sinônimo antigo e solene de "homem", comum em textos literários tradicionais. - "Terras distantes" foi alterado para "terras longínquas", termo mais elevado e próprio de um registro culto. - "Por longo tempo" foi substituído por "por dilatado tempo", uma expressão mais formal e clássica, evocando um tom de solenidade. O texto mantém o significado original, com clareza e fidelidade ao conteúdo, sem acréscimos ou omissões, e foi polido para atender ao padrão gramatical e estilístico solicitado. Não foram identificados erros gramaticais ou de acentuação no texto original fornecido, apenas adaptei o vocabulário e a construção para o estilo clássico.
10No tempo oportuno, enviou um servo aos vinhateiros, com o intento de que lhe entregassem dos frutos da vinha; os vinhateiros, todavia, após havê-lo flagelado, despediram-no sem nada nas mãos, em completo desdém. [Is 5.1-2]
11Tornou a enviar outro servo; estes, porém, da mesma sorte o açoitaram e, injuriando-o com torpezas, despediram-no de mãos vazias.
12E enviou, pois, um terceiro; este, todavia, também feriram e o expulsaram, com igual desdém.
13Disse, pois, o senhor da vinha: Que farei eu? Enviar-vos-ei o meu filho amado; talvez, ao vê-lo, lhe tributem o respeito que lhe é devido. [Is 5.1-7]
14Quando, pois, os lavradores o divisaram, concertaram entre si, deliberando com estas palavras: "Eis o herdeiro; assassinemo-lo, a fim de que a herança nos seja atribuída. [Is 5.1-7]"
15E, havendo-o expulsado da vinha, infligiram-lhe a morte. [Is 5.1-7] Que lhes fará, pois, o senhor da vinha? Eis a questão que se vos apresenta.
16Virá e haverá de exterminar esses lavradores, entregando a vinha a outros. [Is 5.1-7] Ao escutarem tais palavras, exclamaram: Que tal desgraça não nos sobrevenha!
17Eis que Yeshua, volvendo sobre eles o Seu olhar penetrante, assim proclamou: "Que significa, pois, o que se acha escrito: 'A pedra que os edificadores rejeitaram, essa mesma foi constituída como pedra angular [Sl 118.22]'?"
18Todo aquele que sobre esta pedra tropeçar, ser-vos-á feito em pedaços; e aquele sobre quem ela cair, será moído até se tornar pó. [Is 8.14-15]
19Naquela mesma hora, os mestres da Torah e os principais cohanim, ardendo em desejo de apoderar-se dele, hesitavam ante o temor do povo; pois perceberam que, em alusão a eles, havia proferido tal parábola. Assim, vós que credes na justiça, vede como a verdade, ainda que velada, ser-vos-á revelada, e não se ocultará aos olhos dos que buscam a luz.
20E, perscrutando-o com sagacidade, enviaram espias que se fingiam justos, com o propósito de apanhá-lo em alguma palavra, a fim de que o pudessem entregar ao poder e à autoridade do governador.
21Estes, pois, inquiriram-no, dizendo: Mestre, sabemos que falais e ensinais com rectidão, e que não vos deixais guiar pela aparência dos homens, mas, segundo a verdade, mostrais o caminho de Elohim. [Dt 10.17]
22Será-nos permitido, porventura, oferecer tributo a César, ou não o deveremos fazer?
23Porém, Yeshua, percebendo a astúcia que os animava, voltou-se a eles com estas palavras: "Por que procurais, com vossa perfídia, submeter-me a tal provação?"
24Mostrai-me vós um denário. De quem é a efígie e a inscrição que nele se acha gravada? Responderam eles: De César.
25Disse-lhes, pois, com austera solenidade: "Dai a César aquilo que a César pertence, e a Elohim o que a Elohim é devido."
26E não conseguiram apanhá-lo em falta em palavra alguma perante o povo; e, tomados de assombro ante sua resposta, calaram-se.
27Aproximaram-se, pois, alguns dos saduceus, os quais, em sua obstinada incredulidade, repudiam a verdade da ressurreição, e, com intento de o provar, interrogaram-no, dizendo:
28Mestre, Moshe, em sua sabedoria, consignou por escrito que, se alguém vier a perecer, tendo esposa, mas sem haver gerado prole, caberá ao irmão do defunto desposar a viúva, com o propósito de levantar descendência em memória de seu irmão. [Dt 25.5-6]
29Havia, pois, sete irmãos. O primogênito, tendo desposado uma mulher, não deixou prole e, assim, veio a falecer.
30Assim, o segundo tomou por esposa a viúva e, tendo partido desta vida, não deixou prole alguma.
31O terceiro, e, de igual modo, todos os sete, desposaram-na e partiram desta vida sem terem deixado descendência.
32Por derradeiro, veio a falecer também a mulher.
33Por conseguinte, na ressurreição, de qual deles será ela desposada, considerando que os sete a houveram por esposa?
34Yeshua, em resposta, assim lhes dirigiu a palavra: Os filhos deste mundo desposam e são desposados;
35Porém, aqueles que se mostrarem dignos de alcançar o mundo porvir, o Olam Habá, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar-se, nem se entregarão ao matrimônio.
36E já não lhes é dado perecer; assemelham-se aos mensageiros celestiais e são filhos de Elohim [Sl 82.6], por serem, em verdade, filhos da ressurreição.
37Eis que os mortos hão de ressurgir à vida, conforme o próprio Moshe o atestou no trecho referente à sarça, ao invocar Yah יְהוָה como Elohim de Avraham, Elohim de Yitzhák e Elohim de Yaacov [Ex 3.6].
38Pois Ele não é o Elohim dos mortos, senão dos vivos [Êx 3.6]; porquanto, diante d’Ele, todos vivem em verdade.
39Assim, pronunciaram alguns dos doutores da Torá: Mestre, mui bem respondestes vós!
40Desde então, não mais ousaram interpelá-lo.
41Yeshua, volvendo-se a eles, interrogou com gravidade: De que maneira sustentais vós que o Messias seja descendente de Davi? [Sl 110.1]
42Eis que o próprio Davi, em sua excelsa voz, declara no sagrado rolo dos Salmos: "Disse Yah יְהוָה ao meu Mestre: Assenta-te à minha destra. [Sl 110.1]" Assim, com solenidade e reverência, ecoa a palavra divina, proclamada por Davi, em testemunho da autoridade suprema que lhe foi confiada. Que vós, os que credes, mediteis sobre tal mistério, pois ser-vos-á revelada a grandeza daquele que à destra do Altíssimo se assenta.
43Até que Eu faça dos teus inimigos o escabelo de teus pés [Sl 110.1].
44Davi, por conseguinte, o designa como Mestre; como, pois, poder-se-á ele ser seu filho? [Sl 110.1]
45Enquanto toda a multidão lhe prestava ouvidos, proclamou Yeshua aos seus discípulos:
46Guardai-vos, ó vós que buscais a verdade, dos mestres da Torah, os quais anseiam por envergar vestes longas e se comprazem nas saudações que lhes são dirigidas nas praças públicas. Deleitam-se, outrossim, com os assentos de primazia nas casas de oração e com os lugares de maior honra nos banquetes.
47Os quais, movidos por sua insaciável cobiça, devoram as habitações das viúvas e, sob pretexto de piedade, entoam prolongadas preces por mera ostentação [Is 10.2]; a estes, em verdade, ser-vos-á destinada uma condenação ainda mais severa.