Mateus 22
Mattityahu
Assim, respondendo Yeshua, voltou a dirigir-lhes a palavra por meio de parábolas, dizendo:
2O Reino dos Céus assemelha-se a um soberano que, com grande pompa, celebrou as bodas de seu filho. [Is 62.5]
3E enviou os seus servos a convocar os que foram agraciados com o convite para as bodas, todavia estes não se dignaram a comparecer. [Is 65.12]
4Em seguida, enviou outros servos, a quem ordenou: Dizei aos convidados: Eis que preparei o meu banquete; os meus bois e os cevados já foram imolados, e tudo está devidamente ordenado; vinde, pois, às núpcias. [Is 25.6]
5Eles, contudo, não se dignaram a ouvir; e apartaram-se, um para o seu campo, outro para os seus afazeres [Pv 1.24-31].
6E os restantes, apoderando-se dos servos, vilipendiaram-nos com ultrajes e, em ato de extrema crueldade, deram-lhes morte.
7Ao tomar conhecimento de tal nova, o soberano encolerizou-se em extremo; e, enviando suas hostes, exterminou aqueles assassinos e lançou às chamas a cidade que a eles pertencia [Dt 13.15].
8Disse aos seus servos: A festa encontra-se disposta, porém os convidados não se houveram dignos de tal honra [Is 25.6].
9Ide, pois, vós, pelas encruzilhadas dos caminhos e, a quantos houverdes de encontrar, chamai-os com diligência às bodas, para que se façam presentes a tão fausto evento.
10E partiram aqueles servos pelos caminhos, reunindo todos quantos encontraram, tanto os maus quanto os bons; e a celebração encheu-se de convidados.
11E, ao ingressar o governador para observar os convidados, divisou ali um homem que não se encontrava revestido da veste nupcial.
12E disse-lhe: Ó amigo, de que maneira entrastes aqui sem a veste nupcial? E ele, emudecido, nada houve que responder.
13Assim, ordenou o soberano aos seus servos: "Atai-lhe os pés e as mãos, conduzi-o para longe e lançai-o às trevas exteriores; ali haverá lamentação e ranger de dentes [Sl 112.10]."
14Porquanto numerosos são os que recebem o chamamento, mas escassos os que se mostram eleitos.
15Assim, os fariseus, apartando-se, deliberaram entre si acerca de como haveriam de enredá-lo em alguma palavra que lhe fosse comprometedora.
16Eis que lhe enviaram os discípulos seus, acompanhados dos herodianos, os quais, dirigindo-se a Ele, assim se expressaram: "Mestre, sabemos que sois veraz e que, segundo a verdade, ensinais o caminho de Elohim, sem vos inquietardes com quem quer que seja, porquanto não considerais a aparência dos homens."
17Dizei-nos, pois, vós que sois sábios: que vos parece? É lícito prestar tributo a César, ou não será tal ato permitido?
18Contudo, Yeshua, percebendo a perfídia que lhes dominava o coração, assim lhes falou: Por que me pondes à prova, vós que sois hipócritas?
19Mostrai-me, pois, a moeda do tributo. E trouxeram-lhe um denário.
20E, dirigindo-se a eles, inquiriu: "De quem é esta efígie e esta legenda que nela se encontra gravada?"
21Disseram-lhe eles: "De César." Assim lhes respondeu com gravidade: "Dai, pois, a César o que lhe pertence, e a Elohim o que a Elohim é devido."
22Ao ouvirem tão grave discurso, encheram-se de pasmo; e, apartando-se d’Ele, retiraram-se com presteza.
23No mesmo dia, acercaram-se d’Ele alguns saduceus, os quais, em sua doutrina, negam a ressurreição, e, com intento de O provar, interrogaram-n’O,
24Eis que, com venerável respeito, se expressaram: Ó Mestre, assim proclamou Moisés, em sua sabedoria: Se um homem vier a perecer, sem que haja deixado prole, incumbe a seu irmão desposar a viúva, para que se suscite descendência em nome do falecido irmão [Dt 25.5].
25Neste momento, achavam-se entre nós sete irmãos. O primogênito, tendo desposado uma dama, veio a perecer; e, não tendo deixado prole, transmitiu sua esposa ao seu irmão, conforme os ditames da tradição [Dt 25.5].
26O mesmo se deu com o segundo, com o terceiro, e assim sucessivamente, até o sétimo.
27Após todos, veio a falecer, da mesma maneira, a mulher.
28Por conseguinte, na ressurreição, de qual dos sete será ela desposada? Pois todos, em verdade, a tomaram por esposa.
29E, em resposta, dirigiu Yeshua a palavra a eles, dizendo: "Enganais-vos, por não terem vós conhecimento das Escrituras, nem do poder de Elohim."
30Pois, na ressurreição, não se unem em matrimônio, nem se entregam em desposório; antes, são comparáveis aos mensageiros [celestiais] de Elohim nos céus. Assim, semelhantes a eles, vivem em pureza e santidade, elevados acima das paixões terrenas, conforme a vontade divina que rege os altos domínios.
31E, no que tange à ressurreição dos mortos, não haveis vós lido o que vos foi manifestado pelo Eterno, quando Ele proclamou [Êx 3.6]:
32Eu sou o Elohim de Avraham, o Elohim de Yitzhák e o Elohim de Yaacov [Êx 3.6]. Porventura não é Elohim o Deus dos vivos, e não dos mortos? Assim, a vós que credes, ser-vos-á manifesto que a vida prevalece sobre a morte, pois aquele que é eterno não se associa à corrupção, mas à perpetuidade dos que nele confiam.
33E, ao escutarem tais palavras, as gentes quedaram-se possuídas de grande pasmo diante da sua doutrina.
34Contudo, havendo os parushim sabido que ele lograra silenciar os saduceus, reuniram-se todos em concílio.
35E um deles, doutor da Toráh, desejando pô-lo à prova, a Ele se dirigiu com estas palavras, inquirindo:
36Ó Mestre, qual seja o maior dos mandamentos na Torá, dizei-nos, por obséquio? [Dt 6.5]
37Retorquiu Yeshua: “Hás de amar a Yah יְהוָה, teu Elohim, com a inteireza de teu coração, com a totalidade de tua alma e com a plenitude de teu entendimento. [Dt 6.5]”
38Eis o primeiro e supremo mandamento, que a todos vós se impõe com a força da lei divina [Dt 6.5].
39E a segunda exortação, semelhante a esta, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo [Lv 19.18].
40E nestas duas ordenanças assenta-se o alicerce de toda a Torá e dos Navi’im. [Dt 6.5]
41Enquanto os parushim se encontravam reunidos, Yeshua, voltando-se para eles, perguntou-lhes com gravidade:
42Eis que, em tom solene, pronunciou Ele: Que juízo fazeis vós a respeito do Messias? De quem é Ele descendente? Responderam-Lhe, com reverência: De Davi. [2Sm 7.12-16]
43Eis que Ele lhes falou, com solene gravidade: Como, pois, Davi, inspirado pelo Ruach, O designa como Adon, declarando com voz profética [Sl 110.1]:
44Disse o Eterno a meu adon: Assenta-te à minha destra, até que eu faça dos teus inimigos o escabelo de teus pés. Reescrito em estilo formal, culto e clássico, com inspirações no linguajar erudito da tradição brasileira: Proferiu o Eterno a meu adon: Toma assento à minha destra, até que eu haja convertido os teus inimigos em escabelo de teus pés. [Sl 110.1]
45Se Davi o denomina Adon, de que maneira haveria ele de ser seu filho? [Sl 110.1]
46E ninguém se revelou apto a oferecer-lhe qualquer resposta; nem tampouco ousou alguém, desde aquele dia, a inquiri-lo.